Localização: Av. da Liberdade nº 2
31.8.10
Cinema Condes (1951 - 1996)
Localização: Av. da Liberdade nº 2
30.8.10
Benfica (1916 - 1991)
Antigo edifício do Cine Clube de Benfica, hoje Junta de Freguesia de Benfica
Interior do Auditório Carlos Paredes, antigo Cine Clube de Benfica
Palco do Auditório
Plateia e Palco
Vista do interior do Auditório Carlos Paredes
(Primeira fotografia retirada do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa)
Inaugurado em 1916, o Cine Clube de Benfica foi a primeira sala de cinema deste bairro lisboeta. Fazia parte dum complexo com várias instalações desportivas e lúdicas pertencentes ao Sport Lisboa e Benfica que nesse ano adquiriu o edifício neo-romântico na Av. Gomes Pereira e terrenos envolventes para aí instalar a sua sede e recintos desportivos. Nas traseiras esteve até 1926 o campo de futebol utilizado pelo clube até este se mudar para o campo das amoreiras. O Ringue de patinagem que ainda hoje existe, é o mais antigo do país e foi onde nasceu o Hóquei em Patins português estando a funcionar desde a sua inauguração em 1914. Actualmente no edifício encontra-se instalada a Junta de Freguesia de Benfica. Em 1992 a sala do Cine Clube de Benfica foi renovada e passou a designar-se Auditório Carlos Paredes, podendo acolher 17o espectadores. O Ringue também sofreu obras de remodelação sendo-lhe acrescentada uma cobertura em forma de pala sobre as bancadas. Aproveitando os terrenos da Quinta de Marrocos onde anteriormente se localizava o velho campo de futebol a junta viria também a construir uma piscina coberta.
Localização: Av. Gomes Pereira nº 17
Império (1952 - 1983)
(Fotografias retiradas da coleção fotográfica da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian e plantas retiradas do Arquivo Municipal de Lisboa)
Inaugurado no dia 24 de Maio de 1952, o Cinema Império tornou-se de imediato num ícone da cidade de Lisboa pela sua imponente estrutura. Projectado pelo arquitecto Cassiano Branco, possui plateia, 1º e 2º balcão num total de 1676 lugares, mas o projeto inicial albergava 2326 espetadores o que fazia dele o maior cinema do país. Encaixou na perfeição dentro do grupo de gigantes que surgiu nos anos 50 sendo suplantado em lotação apenas pelo São Jorge e pelo Monumental após a sua lotação ter sido reduzida. Com uma localização previligiada no centro da Alameda D. Afonso Henriques na confluência com a Av. Almirante Reis, teve sempre muito público durante as décadas de 50 e 60, principalmente famílias e casais que aproveitavam para depois das sessões darem um passeio pela Alameda. No início dos anos 70 a abertura de várias salas e o consequente aumento da concorrência levaram a que fosse tomada a decisão de criar uma sala estúdio para assim aumentar a oferta e gerar maiores receitas. Em 29 de Outubro de 1964 surge uma sala Satélite que viria a ocupar o espaço onde anteriormente tinha sido planeado um restaurante, projeto esse que nunca foi concretizado. Esta sala viria a ter o nome de Estúdio e uma capacidade de 250 lugares e teve um sucesso enorme, tendo o investimento sido recuperado em apenas dois anos. O início dos anos 80 e a proliferação das salas nos centros comerciais trouxeram a crise às grandes salas e o Império acabaria por encerrar a sua exploração como sala de cinema a 31 de Dezembro de 1983, embora esporádicamente até ao início dos anos 90 fosse escohido como local para ante-estreias ou uma ou outra exibição relacionada com festivais de cinema. Foi posteriormente comprado pela IURD em 1992 que aí estabeleceu a sua sede e local de culto em Lisboa, e assim se mantém até aos nossos dias.
Localização: Alameda D. Afonso Henriques nº 35
29.8.10
Cine Paris (1915 - 1931)
Planta Original do Cine Paris
(Desenhos e Planta retirados do livro "Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa")
O Cine Paris abriu as suas portas no início de 1915. Era inicialmente uma sala modesta sem grandes comodidades, mas sendo a única à disposição dos habitantes do bairro de Campo de Ourique foi aceite com grande sucesso. Tinha lotação para 561 espectadores. No final do verão de 1917 o Paris muda de dono passando a ser gerido por uma empresa da qual era sócio-gerente Vitor da Cunha Rosa, um dos mais importantes empresários cinematográficos portugueses. Sob a alçada da nova gerência o recinto sofreu alterações profundas no interior e no exterior proporcionando uma maior comodidade ao seu público. As alterações mais significativas foram a pintura interior a branco e ouro e a construção de um balcão. Em Janeiro de 1929 uma vistoria levada a cabo pela Inspecção dos Espectáculos em conjunto com os Bombeiros Municipais concluiu que devido à natureza da construção, toda ela em materiais altamente combustíveis aquela sala de espectáculos deveria ser encerrada imediatamente. A empresa gestora do Paris decidiu construir uma nova sala mais ampla e mais moderna cumprindo todas as normas de segurança impostas e que viria a localizar-se no bairro da Estrela, mantendo o mesmo nome. Enquanto o novo Paris era construído a velha sala de Campo de Ourique sofreu obras de remodelação para poder manter as suas portas abertas. Com a inauguração do novo Cinema Paris o seu antecessor acabaria por ser desactivado e posteriormente demolido existindo actualmente no seu lugar um prédio de seis andares.
Localização: Rua Ferreira borges nº 193
27.8.10
Cine-Teatro Éden (1937 - 1989)
Cassiano executou duas outras propostas: a primeira, datada de 1930, recupera a memória oitocentista pretendendo uma articulação com a fachada do palácio adjacente; a segunda, de 1931, é um espectacular desenho modernista organizando a fachada numa sucessão de semi-cilindros com mármores e vidros.
Desentendimentos entre Cassiano e o Conde de Sucena impediram a realização deste notável projecto. O que seria finalmente executado foi apresentado à aprovação da Câmara em 16 de Junho de 1933, assinado pelo arquitecto Carlos Dias.
No entanto, apesar de possíveis influências, a obra executada nunca foi reivindicada por Cassiano como sua.
O novo Éden Teatro foi inaugurado no dia 1 de Abril de 1937, com a peça Bocage, numa cerimónia memorável presidida pelo Chefe de Estado Marechal Carmona. Com capacidade para 1554 espectadores era uma das maiores salas da época.
Após a inauguração, o novo Éden apresentaria apenas mais duas revistas. Depois converteu-se definitivamente em sala de cinema com o mérito de ser, no coração de Lisboa, uma referência ao longo de 50 anos.
Durante a Segunda Guerra Mundial o Éden foi o cinema mais concorrido de Lisboa.
Nos anos 80 o esplendor e o brilho do Éden apagaram-se. O Éden projectou o derradeiro filme no último dia do ano de 1989. "Os Deuses Devem Estar Loucos II" fecharam as portas do Éden.
Na melhor sala de cinema dos anos 30 o tempo finalmente parou. Na noite do réveillon, são poucos aqueles que vêm dar uma vista de olhos final. Mesmo assim, a notícia espalhou-se, e houve gente com menos de 20 anos a deslocar-se ao local para tirar fotos de recordação.
Na última noite de 1989, o Éden Teatro estava entregue ainda aos cuidados das mesmas gentes que lhe conheciam todos os cantos. A lágrima ao canto do olho dos funcionários e dos frequentadores assíduos, fazia prever que aquela seria uma passagem de ano diferente.
Explorado pela distribuidora Lusomundo desde 1974, o Éden sobreviveu à sua própria época.
Em 1989 o Éden foi adquirido pelo grupo Amorim, do empresário nortenho Américo Amorim, principal exportador português de cortiças.
Salvar o Éden, preservando a componente essencialmente cultural do velho edifício, foi o compromisso assumido pelo Município Lisboeta.
Este compromisso foi assumido em reunião camarária em 1991, porém, por se tratar de uma declaração de intenções, não foi formulada qualquer calendarização para o efeito.
No final dessa reunião, para a qual fora agendada uma proposta de compra do edifício pelo Município, o presidente da Câmara de Lisboa em exercício, João Soares, disse ter-se verificado “uma manifestação clara de vontade e empenhamento da CML de salvar o Éden".
Os vereadores da CML não chegaram a votar a proposta de compra do edifício aparentemente para evitar que uma quase certa rejeição baseada na falta de capacidade financeira da Câmara.
O Éden abriu portas a Cassiano Branco durante cerca de dois meses, entre Novembro de 1990 e Janeiro de 1991. O pretexto foi uma exposição, dirigida por Henrique Cayatte (um dos maiores defensores da exclusividade cultural do Éden), que questionava o futuro de um edifício carismático em vias de destruição. A exposição foi denominada: Cassiano Branco e o Éden.
A 1 de Outubro de 1996, o IPPAR considerou o edifício como Imóvel de Interesse Público.
O grupo Amorim arregaçou as mangas e começou com o processo de recuperação e remodelação do edifício.
Os arquitectos do novo Éden foram o Francês George Pencreach, e Frederico Valsassina. Desde a compra do grupo Amorim, o Éden viveu uma discussão acesa acerca do seu futuro. Desde as promessas da autarquia para um Éden exclusivamente cultural, até à hipótese do edifício vir a ser um aglomerado de escritórios. O imóvel é hoje ocupado em parte por um hotel de luxo e uma loja do cidadão onde antes chegou a existir uma Virgin Megastore.
14.8.10
Foz (1914 - 1929)
Aspecto do Interior do Salão Foz
(Fotografias Retiradas do Livro "Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa")
Depois de ter sido responsável pela abertura do Salão Chiado e do Salão Central, Raúl Lopes Freire viria a inaugurar a 30 de Novembro de 1914 o Salão Foz. Tal como o seu vizinho Salão Central, estava localizado dentro do complexo do Palácio Foz nos Restauradores, do qual adoptou o nome. Era inicialmente uma sala apenas com lugares de plateia e dedicada em exclusivo ao cinema, mas devido ao número crescente de frequentadores e ao aumento da sua exigência viria a sofrer uma remodelação completa. A 6 de Outubro de 1916 reabre ao público com um assinalável aumento da capacidade dos lugares da plateia e com um novo balcão superior que circundava a sala e onde sobre um dos lados se abriam amplas janelas com vista para o pátio do palácio. A juntar a todas estas alterações a sala passava a ter um palco amplo que lhe permitia receber um leque maior de espectáculos, como representações teatrais e musicais. Desta forma a rentabilização da sala tornava-se muito maior. A 17 de Agosto de 1918 passa a ser arrendado por Arthur Emaúz que já era responsável pela gerência do Chiado Terrasse e do Salão Trindade. Sob a nova gerência o Salão Foz introduziu os espectáculos de variedades na sua programação fazendo deles o seu cartaz principal relegando para segundo plano as exibições cinematográficas, tomando as características de um verdadeiro music-hall. A 29 de Janeiro de 1929 o Salão Foz desaparece tragicamente consumido por completo por um violento incêndio.
Localização: Calçada da Glória nº 9
Salão Trindade (1909 - 1923)
(Fotografia retirada do livro "Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa")
O Salão Trindade deve o seu nome à rua na qual se encontrava localizado tal como o teatro com o qual se encontrava paredes meias. Inaugurado em 1909, o Salão Trindade estava instalado entre duas outras salas de grade tradição: o Ginásio e o Trindade. Inicialmente destinado a um público menos exigente, viu-se forçado em 1917 a efectuar obras de modernização para continuar a prender o seu público cada vez mais exigente. Foi levada a cabo a instalação de uma nova cabine e de uma máquina de projecção mais moderna e menos ruidosa. Foram também levadas a cabo obras de remodelação da sala, tornando-a mais cómoda e elegante. Apesar das melhorias significativas o Salão Trindade acabaria por fechar durante os anos 20.
Localização: Rua Nova da Trindade
Cosmopolita (1914 - 1919)
Planta do Cosmopolita
(Planta retirada do livro "Os Mais antigos Cinemas de Lisboa")
Localização: Rua da Mouraria