Vista da Praça Duque de Saldanha com o Monumental em plano de destaque
Interior do Cinema Monumental
Interior do Cinema Monumental
Planta da plateia e do 1º balcão
Interior da sala
Panorâmica geral
Interiores do edifício
Átrio do piso 2
(Fotografias e Plantas retiradas do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa e dos livros "Cinemas de Portugal" ; "As Melhores Fotografias da Lisboa Desaparecida" e "Os Cinemas de Lisboa - Um Fenómeno Urbano do Séc. XX" e Arquivo Fotográfico de arte da Fundação Calouste Gulbenkian)
Interior da sala
Panorâmica geral
Interiores do edifício
Átrio do piso 2
(Fotografias e Plantas retiradas do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa e dos livros "Cinemas de Portugal" ; "As Melhores Fotografias da Lisboa Desaparecida" e "Os Cinemas de Lisboa - Um Fenómeno Urbano do Séc. XX" e Arquivo Fotográfico de arte da Fundação Calouste Gulbenkian)
Inaugurado a 14 de Novembro de 1951, o gigantesco Cine-Teatro Monumental fazia jus ao seu nome. O grandioso projecto do Arquitecto Raul Rodrigues Lima era impressionante não só pela sua dimensão mas também pela imponente decoração dos interiores. No exterior gigantescas estátuas marcavam as esquinas do edifício. O átrio era amplo e um local de passagem e encontro para muita gente, tal como o café-restaurante. Na decoração do interior da sala e das galerias abundavam os lustres e mármores. Entrando na imensa sala a visão era esmagadora perante os impressionantes 2170 lugares que compunham a plateia e os dois balcões. Pensando nas grandes super produções dos anos 50 e 60 foi criado um palco enorme sob o qual ficava a tela por onde passaram todos os grandes clássicos do cinema entre as décadas de 50 e 80. Por lá também passou o teatro e a música. De facto o edifício era tão grande que também albergava uma sala de teatro com uma capacidade inicial de 1848 lugares que viria a ser reduzida para 1182 mais tarde, quando no último piso passou a funcionar uma sala de cinema de pequenas dimensões com o nome de Satélite. O Satélite foi inaugurado a 25 de Fevereiro de 1971 e tinha uma lotação de 234 lugares. Ocupava um espaço onde já tinha existido um salão de chá. Muitos dos grandes nomes dos primórdios da música rock portuguesa passaram pelo palco do Monumental. Na memória de muita gente ficou uma noite a meio dos anos 60 em que os Gatos Negros, a maior banda rock portuguesa na altura, chegaram ao ponto de encherem a Praça do Saldanha, numa altura em que qualquer ajuntamento com mais de cinco pessoas era estritamente proibido. Enquanto uma multidão se juntava na praça, lá dentro milhares de fãs esgotavam por completo o recinto, e Victor Gomes todo vestido de cabedal preto, corria pelo palco de microfone em riste dando os seus famosos saltos à Tarzan levando ao delírio o público. Em 1983 a falta de público que justificasse os custos de manutenção levou ao seu encerramento. Numa manhã de 1984 os lisboetas acordaram sobressaltados enquanto a notícia se espalhava: estavam a demolir o Monumental. As pessoas começaram a acorrer ao local em número cada vez maior e a contestação foi enorme. Ficava claro que a C.M.L. era impotente para travar o poder crescente dos empreiteiros da construção civil sobre os imóveis pertencentes a particulares. A queda do Monumental foi o ponto de partida para que depois dele todos os outros grandes cinemas fossem sendo demolidos um a um. Salvaram-se os que foram classificados à pressa como património nacional ou foram convertidos em teatros ou igrejas. A demolição do Monumental deixou durante muitos anos um trauma, como que assinalando o fim de uma era.
Localização: Praça Duque de Saldanha
Post soberbo:)
ResponderEliminarTenho ideia de ter umas fotos do Victor Gomes nesses preparos. E do espectáculo da Sylvie Vartan.
Vitor Gomes com os seus Gatos Negros.
ResponderEliminarC Caria
Fui a todas as estreias das super-produções da época. Era uma festa. No carnaval passava-se do cinema para o teatro.Foram matinés maravilhosas. E as passagens de ano? Hoje é a tristeza que se vê.
ResponderEliminarAs estátuas do Monumental são as que foram colocadas no jardim lateral da Praça da Londres.
ResponderEliminarE muito triste e doloroso pensar como foi possível destruirem uma obra maravilhosa que tava preparada para durar uma iternidade onde passaram nomes como Laura Alves Tomaz Alcaide Vasco Santana Ruy Carvalho Paulo Renato etc.Cruz Abecassis foi um dos piores Prisidentes Câmara que Lisboa teve o maior responsável do Triste confuso super grandes mamachos do Saldanha actual.Noutras capitais estimase conservase como Monumental madrid etc aqui toca camartelo.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarTristeza é o que sinto quando vejo estas fotografias do Teatro Monumental,aonde a Casa do Gaiato do Tojal em Loures, se deixava representar uma vez por ano através de uma festa anual,da qual eu Carlos Cardoso de Jesus ( de alcunha Cacém ) cheguei a pisar o Palco deste Grande Teatro que hoje só existe o Nome .
ResponderEliminarBoa tarde caro Miguel, muitos parabéns pelo seu blogue e por este artigo que me foi muito útil. Seria possível dar-me indicação da origem da fotografia ne topo deste Post? Estou a fazer um trabalho e preciso de aceder à fotografia que mostra essa sala sublime que foi a do Cine-teatro Monumental. Pode-me ajudar? Já fiz uma busca no arquivo fotográfico de Lisboa e no arquivo fotográfico de arte da FCG e não encontro. Muito obrigada, Paula Lopes
ResponderEliminarBom dia cara Paula Lopes.
EliminarObrigado por acompanhar o blogue. Pode encontrar todas as fotografias que pretende, pertencentes ao acervo fotográfico da FCG, inclusive a que procura, no seguinte site https://www.flickr.com/search/?q=cine-teatro%20monumental%20lisboa
Cumprimentos
Miguel Freire