24.9.11

Cine-Teatro do Bairro Alto (2011 - Actualidade)


Interior do Cine-Teatro do Bairro


Fachada do Cine-Teatro do Bairro



A mais recente sala de espectáculos da capital portuguesa chama-se Teatro do Bairro. Foi inaugurado em Março de 2011 e rapidamente os ciclos de cinema juntaram-se ao teatro, seguidos pela música e pela dança. Actualmente, funciona como um Cine-Teatro. Apesar do nome oficial ser Teatro do Bairro, depressa ficou conhecido como Teatro do Bairro Alto, por se localizar nesse bairro lisboeta. A sala de pequenas dimensões (100 lugares) tem um ar acolhedor e a disposição em anfiteatro vertical, bem como a proximidade do palco, permitem uma visão e acústica perfeitas de qualquer ângulo. O Teatro veio ocupar a sede do jornal "Diário Popular", que fechou em Setembro de 1991. Parabéns a quem teve a feliz ideia de converter o edifício numa sala de espectáculos e o livrou do abandono.


Localização: Rua Luz Soriano n.º 63

Fundação Calouste Gulbenkian (1973 - 2002)


Fachada do edifício principal da Fundação Calouste Gulbenkian


Interior do Grande Auditório da Gulbenkian


Fundada em 1956, a Fundação Calouste Gulbenkian só viria a ocupar as actuais instalações junto à Praça de Espanha em Lisboa no ano de 1969. O enorme complexo possui um museu, um grande auditório, espaços de exposições, uma biblioteca de arte, vários auditórios de média e pequena dimensão, e também o Centro de Arte Moderna. Tudo isto se encontra rodeado pelo Parque Gulbenkian, um local de lazer com lagos, estátuas e um grande anfiteatro de pedra que recebe concertos de música e representações teatrais durante os meses de verão. O Grande Auditório foi durante vários anos utilizado como local de lançamento de filmes, inclusive estreias nacionais absolutas. Recordo-me perfeitamente do meu pai mencionar que foi lá que viu pela primeira vez o filme "Dune" de David Linch em 1984. A estreia era tão fresquinha que o filme ainda nem tinha legendas!

Localização: Av. de Berna nº 45 A

Fórum Picoas (1977 - 1996)


Vista aérea do Fórum Picoas


Inaugurado em 1977, o Fórum Picoas foi desde sempre muito mais do que um edifício ligado às empresas de telecomunicações. O enorme complexo possui no seu interior para além dos escritórios, salas de exposições e um auditório. Foi nesse auditório que vários ciclos de cinema e documentários foram exibidos durante vários anos. Inicialmente utilizado com mais frequência para projecções, actualmente é utilizado quase exclusivamente para palestras ou reuniões. Foi lá que estreou em 1983 o filme documental português "O nosso futebol".

Localização: Av. Fontes Pereira de Melo nº 38 C

Instituto Francês de Portugal (1984 - Actualidade)


Auditório Philippe Fridman


Interior do Auditório Philipe Fridman



Criado em 1937, o Instituto Francês de Lisboa teve desde sempre uma forte ligação com o mundo das artes. Como tal o cinema e mais concretamente a divulgação do cinema francês estiveram desde sempre presentes. Em 1984 a mudança de instalações do antigo Palácio de Santos para a actual morada na Av. Luis Bivar possibilitou a inauguração de novos espaços com instalações modernas que passaram a albergar, salas de exposições, uma mediateca, um café-restaurante, o Auditório Philippe Fridman e ainda um auditório de menores dimensões com o nome de Studio 2. É nos dois auditórios que regularmente os visitantes podem assistir às sessões de cinema que se realizam durante todo o ano com vários ciclos de cinema francês e também o conceituado festival "Festa do Cinema Francês" que já se realiza há 11 anos. A sala principal baptizada de Auditório Philippe Fridman tem capacidade para acolher 250 espectadores.


Localização: Av. Luis Bivar nº81

16.9.11

Salão Portugal - Alfama (1919 - 1920)


( Local onde existiu o Salão Portugal-Alfama)


Inaugurado a 11 de Outubro de 1919, o Salão-Portugal foi a primeira sala de cinema do bairro de Alfama. Foi construído dentro de um antigo armazém e tinha uma lotação total de 400 lugares, divididos entre a plateia e o balcão. Existia uma varanda com janelas amplas onde se podia apreciar a vista nos intervalos, bem como um bar ao lado do balcão. Apesar do excelente primeiro impacto causado, o Salão Portugal apenas conseguiu manter as portas abertas meio ano acabando por fechar em Março de 1920. Má gestão por parte da administração foi a principal causa apontada, na época, para o sucedido. Actualmente, a varanda já não existe mas ainda se pode ver no nº18 da Rua de São João da Praça uma rampa de acesso a um pátio onde se localizava o portão de entrada e à direita uma escada de pedra que dava acesso ao balcão.



Localização: Rua de São João da Praça nº 18

16.7.11

Salão Fantástico (1909 - 1918)


Salão Fantástico

(Fotografia retirada de cinemasparaiso.blogspot.pt)

Um dos mais antigos animatógrafos de Lisboa e do país foi o Salão Fantástico. Inaugurado em 1909, fez sensação devido à sua decoração cuidada e bastante arrojada para a época. O interior da sala tinha uma atmosfera diferente devido essencialmente à decoração do tecto que ostentava estalactites feitas de pasta de papel. Em conjunto com uma iluminação bem conseguida a realçar essa particularidade, o espectador quase que se podia sentir como estando dentro de uma gruta. Em 1915 muda de donos e também de nome, passando a designar-se "Paradis". Um ano depois volta a mudar de empresa exploradora e desta vez passa a chamar-se Salão Rubi. Em 1917 terminam as exibições cinematográficas e o local passa a ser utilizado como teatro recuperando o nome Fantástico. As constantes mudanças de administração devidas a má gestão provocam uma instabilidade que acabaria por ditar o seu encerramento definitivo em 1918.

Localização: Rua do Jardim do Regedor nº 4

14.7.11

Cine-Teatro Salão dos Anjos (1914 - 1933)


Local onde funcionou o Cine-Teatro Salão dos Anjos


O Cine-Teatro Salão dos Anjos foi inaugurado no inicio do século XX. Na primeira década de existência as suas modestas instalações foram utilizadas apenas para representações teatrais. Na segunda década de existência especializou-se no teatro de revista alcançando alguma popularidade. Em 1914 têm inicio as sessões de cinema que com o tempo acabaram por substituir o teatro. O Salão dos Anjos manteve a sua actividade até aos anos 30, na mesma altura em que todas as construções do lado direito da rua foram adquiridas pelo Lisboa Ginásio Clube para aí construir as suas futuras instalações. A fotografia foi tirada numa visita ao local.

Localização: Rua Francisco Lázaro

21.4.11

Cinema Portugália (1954 - 1955)


Edifício sede da Cervejaria-Restaurante Portugália


A cervejaria Portugália é a mais conhecida do país tendo hoje uma cadeia de restaurantes e balcões espalhados um pouco por todo o lado; no entanto, a sua casa mãe que se situa na Av. Almirante Reis continua a ser a mais emblemática. Em 1912 resultando da fusão entre a Fábrica de Cerveja Leão e a Companhia Portuguesa de Cervejas, surge a Fábrica de Cerveja Germânia. A fábrica foi construída nos terrenos da Av. Almirante Reis tendo sido posteriormente acrescentado um balcão de venda ao público. Em 1916 o nome da fábrica é mudado para Portugália, Lda e em 1925 após obras de alargamento surge a cervejaria. Entre as décadas 30 e 50 a cervejaria atinge o auge da sua popularidade tornando-se ponto de encontro de várias personalidades públicas da sociedade portuguesa. Nos anos 50 a cervejaria sofre uma reestruturação profunda com o alargamento do restaurante, a criação de uma sala de bilhar no 1º piso e um terraço no topo do edifício onde funcionou durante algum tempo um cinema ao ar livre. A fábrica foi recentemente demolida restando actualmente apenas a cervejaria e do cinema poucos se recordam.


Localização: Av. Almirante Reis nº 117

Cinema Império (1916 - 1918)


Local onde existiu o Cinema Império-Estefânia


Ao contrário do seu homónimo Cinema Império da Alameda, o primeiro Animatógrafo a ser inaugurado no bairro da Estefânia é hoje uma memória quase perdida no imaginário dos lisboetas. Inaugurado em 1916 o Cinema Império foi apelidado pelos seus proprietários de Cinema da elite. Foi concebido para satisfazer como público alvo a pequena burguesia que compunha a maioria da população do bairro na segunda década do séc. XX. A principal novidade apresentada foi o facto dos primeiros espectadores a comprar os bilhetes com algum tempo de antecedência terem direito a lugar marcado e a receber um programa. Convém recordar que até então não era habitual existirem lugares marcados, sendo os mesmos ocupados aleatoriamente ao ritmo a que os espectadores iam entrando na sala. A julgar pela curta vida que este animatógrafo teve, encerrando dois anos após a sua inauguração, a novidade não foi suficiente para cativar o seu público.


Localização: Rua Pascoal de Melo nº 63

9.4.11

Belém Cinema (1925 - 1943)

Local onde existiu o Belém Cinema

A zona de Belém sempre esteve intimamente ligada à história do cinema em Portugal. Foi lá que foi inaugurado em 1910 o primeiro estúdio cinematográfico do país e de onde durante vários anos saíram a maior parte das produções nacionais. Não é por isso de estranhar que também os animatógrafos e salas de cinema por lá surgissem. Em 25 de Junho de 1925 foi inaugurado o Cinema Belém. Era inicialmente um recinto modesto sem grandes comodidades nem luxos que funcionava num barracão. O seu sucesso crescente permitiu aos seus proprietários anos mais tarde receitas suficientes para erguer no local do antigo barracão um edifício de pedra e cal com condições francamente melhores para receber os espectadores.  A sua lotação situava-se nos 500 lugares. Com o novo edifício veio um novo nome e a sala passou a denominar-se Belém Jardim. A crescente urbanização da zona e o alargamento do bairro de moradias do Restelo acabou por ditar a sua demolição.

Localização: Rua Paulo da Gama

4.4.11

Salão Edison (1919 - 1941)


Local onde existiu o Salão Edison


No início de 1919 a meio caminho entre os bairros de Santa Catarina e da Lapa, mais precisamente no Largo do Conde Barão, foi inaugurado um novo recinto com o nome de Salão Edison. Esta sala de cinema localizava-se dentro de um pátio interior, algo que durante algum tempo esteve na moda como podemos constatar por outros exemplos como o Cine-Teatro do Rato ou o Casino Étoile na Estrela. Apesar da localização recôndita sobreviveu mais tempo do que muitos dos seus conterrâneos, devendo-se tal ao facto de não ter qualquer concorrência próxima. Com efeito durante muitos anos nenhuma outra sala de cinema foi inaugurada nesta parte da cidade. Quem hoje em dia se deslocar ao Largo do Conde Barão, entrando pelo portão com o nº 50 e atravessando um arco, pode ver o amplo espaço de um pátio interior coberto e que hoje em dia funciona como parque de estacionamento mas durante vários anos foi sala de cinema.

Localização: Largo do Conde Barão nº 50

12.3.11

Casino Étoile (1910 - 1915)


Entrada de acesso ao pátio onde se localizava o Casino Étoile


Antigo Edifício do Casino Étoile


Em 1910, no bairro da Estrela abriu ao público um novo recinto que dividia a sua programação entre as sessões cinematográficas e os espectáculos de variedades. O Casino Étoile localizava-se num edifício simples sem grandes requintes tanto exteriores como interiores, que se localizava no interior de um pátio na Calçada da Estrela. A sala tinha uma lotação de 550 lugares divididos entre plateia e balcão. Em 1915 as exibições cinematográficas cessaram em definitivo dando lugar em exclusivo ao teatro. Com esta mudança também o nome da sala mudaria, passando a designar-se Teatro Estrela. Em 1917 já com nova gerência foi alvo de obras de melhoramento que tornaram o espaço mais confortável e agradável bem como uma nova alteração do nome, desta feita para Salão Teatro de Variedades. Em 1918 o Salão Teatro de Variedades terminou a sua actividade, sendo alguns anos mais tarde o espaço ocupado por uma marcenaria e actualmente é a sede de uma empresa de construção de caixilhos de aluminio. Quem tiver curiosidade em ver o que resta do antigo Casino Étoile, só tem de se deslocar à Calçada da Estrela junto ao Palácio de São Bento e entrar através de um portão com o nº 21 para um pátio onde poderá encontrar o edifício verde do antigo Cine-Teatro.

Localização: Calçada da Estrela nº 21