(Fotografias e Plantas retiradas do Arquivo Municipal de Lisboa e do livro "Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa)
Foi o primeiro salão concebido para a exibição cinematográfica. No ano de 1904, João Freire Correia adquire um recinto abandonado na Rua do Loreto, inaugurando aí o Salão Ideal. Entre 1904 e 1908, assistiu-se a um verdadeiro sucesso deste espaço; no entanto, em 1908, começa um período de declínio na frequência do público, em grande parte devido à abertura de novas salas. Júlio Costa, considerado o primeiro industrial de cinema e responsável pela Empresa Cinematográfica Ideal, adquiriu juntamente com João Almeida, o barracão e anexos do cinema, fundando a empresa Almeida & Costa. O espaço foi renovado, originando um ambiente mais acolhedor de forma a atrair os espectadores que tinha perdido. A grande atracção da altura foi a introdução do “cinematógrafo falado”, que consistia num grupo de pessoas que atrás da tela iam fazendo os ruídos e sons adequados ao filme. O sucesso foi tal que, segundo Júlio Costa, o elevador que ligava o Camões à Estrela, viu-se muitas vezes obrigado a suspender o seu percurso devido à multidão que impedia a sua passagem. Em 1912, já com a sociedade de Júlio Costa e Carlos Carvalho, efectuaram-se novas obras de remodelação, introduzindo-se também um quarteto que acompanhava os filmes e animava musicalmente os intervalos. Já com o nome de Cine Camões o espaço dedicou-se ao cinema indiano e depois, com o nome de Cine Paraíso, teve um curto período com a programação assegurada pela cooperativa cinema novo (do fantas) até se tornar um dos cinemas porno de Lisboa. Na segunda década do século XXI ganhou uma nova vida, com o regresso ao nome original tendo sido alvo de obras de restauro e tendo agora uma programação assegurada durante todo o ano.
Localização: Rua do Loreto nº 15
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