31.12.10

Animatographo de Alcântara (1909 - 1922)


Fachada do Animatographo de Alcântara

Interior do Animatographo de Alcântara

(Fotografias retiradas do Arquivo Municipal de Lisboa)


Inaugurado em 1909, com o nome de Grande Animatographo de Alcântara foi nos primórdios do cinema em Portugal uma das principais salas não só de Lisboa como do país. Era um dos mais vastos recintos da época embora tivesse instalações bastante modestas. Em 1914 ao mudar de proprietário muda também de nome passando a denominar-se simplesmente Animatographo de Alcântara. Na noite de 8 de Julho de 1918 um curto circuito deu origem a um violento incêndio que destruiu por completo o recinto. O publicista Ludgero Viana que era na época o empresário responsável pela exploração da sala não tinha nada coberto por seguros o que lhe valeu um prejuízo considerável. No entanto a propriedade propriamente dita, que abrangia o terreno e o imóvel, pertencia ao industrial J. Lino e essa estava coberta por um seguro. No final do ano foram iniciadas as obras de reconstrução que foram executadas em tempo recorde permitindo a reabertura ao público em Janeiro de 1919. O Animatographo de Alcântara continuou a sua actividade até 1922, ano em que encerrou em definitivo.

Localização: Av. 24 de Julho nº 174

Cine-Teatro do Rato (1896 - 1907)


Fachada do Antigo Cine-Teatro do Rato

Acesso ao Pátio onde se localizava o Cine-Teatro do Rato

(Fotografias retiradas do Arquivo fotográfico municipal de Lisboa)

Nos primeiros anos de implementação do animatógrafo em Portugal, vários foram os Teatros que aderiram à nova moda. Entre eles encontrava-se o Teatro do Rato cuja existência remonta ao século XIX, mais precisamente a 1880, data da sua inauguração. Este recinto de espectáculos que se localizava num pátio cujo acesso era feito através de um arco situado no Largo do Rato e que ainda hoje existe, funcionou inicialmente como Cabaret e Music-Hall, sendo no início do Século XX convertido em teatro. Em 1900 começaram as projecções cinematográficas no que passou a ser designado como Cine-Teatro do Rato. Ao contrário do que sucedeu noutros teatros, o cinema não obteve o mesmo sucesso o que levou a que apenas um ano depois as peças de teatro tomassem de novo conta daquela sala. Anos mais tarde o próprio teatro acabaria por encerrar. Em 1907 foi consumido por um incêndio. Quem se deslocar hoje ao local entrando pelo Largo do Rato, passando através do arco que dá acesso ao pátio, à sua esquerda pode encontrar o local onde se entrava para o Teatro através de umas portas onduladas.

Localização: Largo do Rato

Gil Vicente (1926 - 1930)


Local onde existiu o Cinema Gil Vicente


O Cinema Gil Vicente foi inaugurado em 1926, numa época em que as salas de cinema proliferavam no bairro da Graça. Era uma sala de pequenas dimensões localizada no 1º andar de um prédio na Rua da Voz do Operário. Curiosamente nunca funcionou como teatro apesar de ter sido baptizado com o nome do principal responsável pela implementação do teatro em Portugal. Sobreviveu poucos anos devido à concorrência de outras salas de maior dimensão e com melhores condições existentes na área. Encerrou no início dos anos 30 sem deixar grandes recordações.

Localização: Rua da Voz do Operário nº 62

26.12.10

Salão Recreio da Graça (1917 - 1936)


Local onde se encontrava instalado o Salão Recreio da Graça


De todos os bairros de Lisboa, a Graça foi um dos que mais salas de cinema teve ao longo dos tempos, infelizmente hoje em dia só o Salão da Voz do Operário recebe ocasionalmente ciclos de cinema, tendo todas as restantes salas encerrado a sua actividade. Uma dessas salas foi o Salão Recreio da Graça que abriu ao público em 1917. Embora fosse uma sala simples mantinha sempre um aspecto limpo e cuidado. Apesar da comodidade oferecida pela sala, em 1918 o número de público começou a reduzir drasticamente e a empresa responsável pela sua exploração viu-se obrigada a tentar dividir o cartaz entre as sessões de cinema e de teatro para tentar recuperar alguma assistência. No entanto os esforços para manter o Salão Recreio da Graça aberto não surtiram efeito; apenas alguns meses após o seu encerramento o recinto seria adquirido por outra empresa que levaria a cabo melhorias significativas e tornaria o seu interior mais requintado. Assim, a 1 de Março de 1919 reabria o Salão Recreio com o seu novo interior. O investimento feito iria revelar-se compensador passando o recinto a receber uma clientela muito mais assídua e em maior número. O Salão Recreio da Graça iria ainda prolongar a sua actividade até aos anos 30.

Localização: Rua da Voz do Operário

Salão das Trinas (1919 - 1942)


Local onde existiu o Salão das Trinas


Nas primeiras décadas do século XX a enorme popularidade do cinema levou ao aparecimento nos bairros típicos lisboetas de diversas salas de cinema de pequena dimensão. O bairro da Madragoa não foi excepção e também ali iria surgir uma pequena sala de cinema. O Salão das Trinas que devia o seu nome à rua onde se localizava, veio ocupar o espaço onde desde há algum tempo funcionava uma modesta sala de teatro. Após terem sido concluídas as obras de modernização e adaptação da antiga sala de teatro a exibições cinematográficas, em Dezembro de 1919 era inaugurado o Salão das Trinas. No entanto, tal como havia sucedido com a exploração teatral daquele recinto, também a exploração cinematográfica teve uma curta duração. Muito esporadicamente o espaço seria utilizado para exibição de filmes, mas a partir dos anos 40 deixaria de se ouvir falar do Salão das Trinas, desta feita em definitivo, não restando actualmente qualquer vestígio físico da sua existência.

Localização: Rua das Trinas

Cine-Teatro Moderno (1910 - 1918)


Fachada do Cine-Teatro Moderno


(Fotografia retirada do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa)


Na segunda década do século XX foram vários os teatros de bairro que durante alguns anos optaram por passar à exibição cinematográfica. O Teatro Moderno foi um deles, passando a ter a designação de Cine-Teatro. Situava-se no bairro dos Anjos e foi uma bonita e ampla sala de espectáculos preparada para receber todo o tipo de eventos, desde peças de teatro, exibições de filmes, espectáculos musicais e circo. O Teatro Moderno foi construído por iniciativa do antigo actor Santos Júnior tendo sido inaugurado a 12 de Dezembro de 1907. A partir de 1910 o Teatro Moderno iniciou a sua actividade cinematográfica, que se iria prolongar até perto do final da década. No início de 1918 o Teatro Moderno tinha a sua actividade practicamente parada, sendo então vendido e posteriormente demolido nesse mesmo ano. Curiosamente algum do espólio foi comprado por um ferro velho sendo o pano de boca, que era considerado à época um dos mais belos e artísticos, comprado nesse mesmo ferro velho por uma empresa teatral que o colocaria no seu recinto de espectáculos.

Localização: Rua Álvaro Coutinho